Uma pequena história de amor

Certo dia, alguém me contou uma história sobre duas almas gémeas. Foi-me contada para me provar que existem almas gémeas. Isto sempre foi algo em que eu nunca acreditei, sempre achei ser algo de histórias de amor lidas em livros românticos ou vistas em filmes de televisão.

Essa história era sobre um rapaz e uma rapariga que se conheceram na Internet e que no início da sua amizade pouco falavam. 

Ele sempre tentava falar com ela, mas ela, sempre com poucas palavras para dizer, apenas respondia ao que ele dizia. Tentativas de uma longa conversa falhadas por parte do rapaz. Ela achava-o chato e chegou até a bloqueá-lo do email. Ele havia perdido a esperança e deixou de lhe falar tanto. 

Passado uns tempos decidiu voltar a tentar se aproximar da jovem rapariga. 

Eu perguntei a quem me contou essa história: - o que aconteceu? Desta vez ele conseguiu falar com ela?

Adivinham qual foi a resposta?!
Para minha alegria, a rapariga e o rapaz falaram, dias e dias se passaram e os dois sempre a falar até que partiram para chamadas de voz e de vídeo. O rapaz ficou apaixonado pela beleza inigualável dessa jovem flor e pela sua enorme simpatia e carinho.

Na vida dele, aparecera um vicio tão grande que o prendeu ao computador de uma forma mágica. Ele deixou de ligar ao jogo que o entretinha durante os dias longos que ele passou, para poder falar com ela instalou programas que nunca usara anteriormente. A partir desse dia o rapaz ficou completamente apaixonado por esta presença que o acompanhou desde esses dias até ao presente.

Conversas longas repletas de sorrisos, gargalhadas mutuas e olhares ternurentos dados pelos dois. Os dois falaram sobre o que ambos gostavam ou não gostavam, sobre coisas engraçadas e até coisas que só faziam ciumes um ao outro, mas sempre com a intenção de se aproximarem mais e mais.

Ao fim de um mês, enquanto falavam e se viam através da webcam, os dois começaram a escrever o que lhes ia no coração. De repente, a rapariga diz-lhe que iria mandar-lhe algo para ele ler pois tinha estado a escrever algo para ele. Por coincidência o rapaz ri-se e diz o mesmo a rapariga. Os dois sorriem e começam a ler.
Os olhos dos dois brilhavam como nunca haviam brilhado antes, ambos ficaram sem jeito e sorriram um para o outro. Cada um deles escrevera sobre o quanto estava viciado no outro, disseram que a amizade que sentiam evoluiu e passou a algo mais forte.

Os dias que se passaram foram mais dias de aproximação e dedicação prestada um ao outro. Ambos pareciam felizes, saíram de uma solidão em que alguém no passado os aprisionou.

Quando a altura do primeiro encontro chegou, ambos tremiam de nervosismo. Ele acordou as 5horas da manhã para apanhar a camioneta que partia ás 8horas e 15 minutos. A ansiedade era tanta que ele não conseguia dormir.

Quando chegou finalmente o momento do encontro as pernas de ambos tremiam e a fala soava tremida. Ambos trocaram olhares de saudade e felicidade, até que, ambos se beijaram. O tempo pareceu parar nesse instante e os nervos acalmaram e ai o amor fluiu. Abraços fortes de saudade partilharam e caricias deram um ao outro. Falaram  horas a fio.

A partir desse dia, estas duas almas jamais se separaram.

Foi assim que se iniciou um grande amor que ultrapassou obstáculos de dimensões grandiosas mas que todas elas ultrapassou. Hoje em dia este jovem casal ainda se encontra junto e a partilhar de um sentimento ainda maior do que aquele que sentiam quando escreveram textos um para o outro. Embora hoje em dia continuem a escrever por vezes, simples palavras saídas do coração.

Se mudei de ideias quanto à existência de almas gémeas? A resposta a essa pergunta está clara no meu coração. Eu encontrei a minha alma gémea. Para mim, ela nasceu antes de mim mas no mesmo ano, esperou por mim, que eu crescesse, que aprendesse e vivesse, para que aparecesse na minha vida para me provar que o amor existe e que Ela, esteve sempre à minha procura tal como eu à dela.

Foi esta a história que me contaram. 

Quem a contou foi o meu coração, quem a assistiu foram os meus olhos e quem a presenciou foram as minhas memórias.